quinta-feira, setembro 02, 2010

Quando a esposa do pastor é jogada para escanteio.

Por Renato Vargens

Na minha caminhada cristã, tenho visto um número significativo de esposas de pastores, marcadas negativamente pela igreja. Na verdade, basta olharmos para os nossos arraiais evangélicos que perceberemos uma quantidade de mulheres de Deus, feridas e adoecidas emocionalmente em virtude da pressão do ministério pastoral do marido. Para piorar o quadro, quando o esposo adultera ou abandona o lar, ou até mesmo falece, a família do pastor é severamente punida.

Conheço inúmeros casos de mulheres que ao enviuvarem foram despejadas de suas comunidades locais, lançadas a escanteio, entregues ao “deus-dará”. Ora, se não bastassem à dor do luto, ou o abandono do marido, as esposas de pastores sofrem a humilhação de serem consideradas “personas non gratas” na igreja que fazem parte. Sei de um caso onde após a morte do pastor, a esposa e os filhos receberam a “sugestão” de procurarem outra igreja para servir a Deus, visto que sua permanência na Comunidade poderia gerar constrangimentos com a esposa do novo pastor.

Por acaso você já se deu conta de que temos a enorme facilidade de “coisificar” à vida jogando na lata do lixo aqueles que não nos servem mais? Caro leitor, o mais tenebroso de tudo isso é que a indiferença, o desrespeito, ou até mesmo a brutalidade destinados a família do pastor, se mostram de forma implacável em centenas de igrejas neste país.

A esposa do pastor e seus filhos não são coisas ou objetos descartáveis, antes pelo contrário, são pessoas carentes de atenção, compaixão, abraços, toques e amor.

Pense nisso!

Renato Vargens
Filipe Bento disse...

Carentes da graça de Deus e das orações dos irmãos, pois são alvo mais que desejado de Satanás para envergonhar a Cristo.

Fabi disse...

Olá Renato,

Concordo com seu comentário a respeito desse assunto tão delicado. Também sou esposa de pastor, mas graças a Deus a comunidade tem sido uma coluna de sustentação em minha vida e hoje em dia sei que também contribuo juntamente com meu esposo nos ministérios que atuo.

Acrescento também à sua matéria a cobrança não só às esposas de pastores como também aos seus filhos, que em sua maioria nunca podem errar, pois devem ser exemplos sempre.

O verdadeiro sentimento cristão precisa alcançar a esses familíares que já carregam em suas costas um fardo do ministério de seus esposos/pai e toda uma comunidade que necessita desse apoio.

Devemos repensar que o julgo que Cristo prometeu que nos ajudaria a carregar também se estenda às esposas e filhos de pastores e até aos próprios pastores, não deixando sobre eles quaisquer peso a mais que não os ajude na caminhada ministerial ou familiar.

Abraços,

Seminaritsta Fabiana Diniz

Anônimo disse...

Isso realmente é muito doloroso. Não importa se as pessoas erraram, ninguém tem culpa do pecado do outro. Muito mais se o pastor morre... é aí que vemos que não tem sido cumprida a recomendação de cuidar das viúvas e dos órfãos. Me surpreende e muito o tratamento das pessoas que se dizem cristãs... Tenho visto incrédulos dando exemplos maravilhosos de amor e compaixão e me envergonho muito da atitude de alguns cristãos que simplesmente não se importam com os demais. Culpa do pensamento deus-te-dá-tudo-que-você-quiser-se-você-der-seu-tudo, o que alimenta o ego e transforma as pessoas em egoístas sem igual.
Quando é dito "pressão do ministério pastoral do marido", eu creio que a mulher deve saber se tem missão para se casar com um pastor exatamente por isso... pela estrutura emocional dela. Eu já sei que não tenho, uma das razões é que não gosto de mudar, de estar cada dia em um lugar diferente... E para uma mulher que se casa com um pastor, Deus pode enviá-lo para um lugar que realmente ela não quer ir. Acho que isso também deve ser levado em conta antes, BEEEEM antes de decidirem por se casar.

Karin disse...

A Paz do Senhor a todos!
Sou pastora, esposa de pastor e mãe dos filhos do pastor...A verdadeira mulher sem nome!
Esse post é muito real mesmo! Graças a Deus, não em minha igreja, pois minhas ovelhas me respeitam igualmente como a meu marido/pastor..
Mas uma coisa que vejo em muitas igrejas, é a cobrança que fazem com nossos filhos, como se eles, desde o nascimento, tem que dar frutos de conversão... O que muitos irmãos, não entendem, ou não querem entender, é que Deus não tem netos, somente filhos, e meus filhos terão que experimentar o Senhor, e ver o quanto Ele é Maravilhoso. Eles é que terão de ter uma experiência com Deus, para assim se tornarem filhos do Altíssimo também. Já cobrei muito meus filhos que hoje tem 7 e 3 anos, mas cansei de sacrifica-los e exigir deles um comportamento que eles ainda não tem maturidade para viver. Hoje deixo claro para a igreja, que eles são crianças, assim como as outras crianças.. que quando querem louvar, louvam, que quando querem brincar, brincam...Exigem muito de nós, "família pastoral", mas se esquecem , que TODOS NÓS, que nos chamamos pelo nome do Senhor, temos que ser exemplo, temos que ser luz e ser sal!
Que possamos abrir nossos olhos e dobrarmos nosso joelho em oração, ajudando-nos uns aos outros!
Deus abençoe!!
Karin
blogdakkarin.blogspot.com

Anônimo disse...

Sou filha de pastor, e sei muito bem como isso funciona, mas, sabe, Deus é fiel, e mesmo com dificuldades e lutas, sabemos que o que fazemos é pra Ele e não para nenhuma igreja!

Gostei muito do seu blog! Te sigo no meu twitter @liiniz
achei o blog com muito bom conteúdo!
Deus te abençoe mto!

Jane Zeeberg disse...

Irmão... seu blog tem verdades preciosas. É triste, mas é a pura verdade o que escreveu sobre as esposas de pastores. Eu sou uma. E o irmão descreveu direitinho o que passamos. Deus nos ajude!

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